Este é o post mais pessoal que você provavelmente verá por aqui - ou não
Ontem foi meu aniversário. Desde a criação deste blog, eu pouco, ou quase
nada, falei sobre mim, já que tenho nervoso de me abrir na
internet e gosto mesmo é de fazer a linha misteriosa - culpa do ascendente em
escorpião, dizem.
Bom, o fato é que completei 27 anos, ou seja, mais longe dos vinte e cada vez
mais perto dos trinta, que até consigo ouvir batendo à porta.
Mês passado, assisti ao episódio de Os Simpsons, feito em parceria com a Balenciaga, para a Paris Fashion Week, no qual Homer envia uma carta para a maison para pedir um presente para Marge, ainda
que este fosse uma ‘etiqueta’, pois ele havia se esquecido de comprar algo para a esposa.
Apesar de curto, o episódio é simplesmente maravilhoso, e uma fala
específica de Homer me chamou atenção, justamente por representar meu
sentimento com relação a aniversários: ele escreve que Marge sempre fica
triste na ocasião, porque é quando ela percebe que se encontra um passo mais
longe de seus sonhos e mais perto da morte.
Eu nunca fui uma daquelas pessoas super animadas com aniversário, sempre quero
chorar na hora do parabéns e, em meus anos de existência, tive pouquíssimas
festas. Passei, por exemplo, sem a tão desejada festa de debutante, um sonho
que nunca tive, além de, desde cedo, ter me convencido que essa era a típica
ocasião em que se gasta uma grande quantidade de dinheiro, para que todos os
convidados possam falar mal.
Porém, meu aniversário de quinze anos caiu em um sábado, ou seja, o dia
perfeito para se festejar. Então, minha mãe achou uma boa ideia fazer uma
pequena comemoração em casa, com a desculpa de não deixar a data passar em
branco, convidando algumas das minhas colegas de escola da época.
Naquele dia, outra pessoa também já havia marcado sua festa, sendo que
na dela teria uma pista de dança e bebidas para menores de idade. Não precisa
ser nenhum gênio para sacar que nenhuma das três meninas que eu convidei
apareceram na minha festa.
Não pensem que a má sorte se restringe a aniversários. Qualquer festa que eu
ouse dar vai ser um completo fracasso.
Quando me formei na faculdade convidei cerca de 80 pessoas para uma recepção; se muito, apareceram vinte e cinco, apenas familiares, porque no mesmo dia
outra festa mais cool que a minha estava acontecendo.
Depois disso eu aprendi a lição: NÃO DEVO DAR FESTAS, pois, provavelmente, alguém muito mais descolado e mais amigável que eu também vai, resultando em ninguém comparecendo na minha de novo.
Além disso, existe uma obrigação que você se sinta super feliz e realizada no seu aniversário. É todo o papo de fechamento de ciclo, de início
de algo novo, de esperança, de mudança, de conquista e tudo mais que ouvimos por
aí. Eu posso dizer, gritar a plenos pulmões, que eu odeio ser obrigada a me
sentir feliz. E isso não significa que eu não esteja grata por estar viva e
com saúde, um grande privilégio nesse país caótico que vivemos, mas também não
é suficiente para que eu mude de opinião.
| Reprodução/Pinterest |
Agora, me chamem de hipócrita se quiserem, mas eu amo que venham me dar
parabéns. Pensar que alguém dedicou trinta segundos do seu tempo para me
escrever uma palavra faz com que eu me sinta querida e lembrada. E sim, eu
guardo o nome de cada pessoa que não me parabenizou em uma lista
mental, já que, hipoteticamente, eu também posso me esquecer dela, no próximo ano
- eu já falei que meu ascendente é em escorpião? -.
Enfim, faço uma reflexão: será que odeio mesmo aniversários ou só tenho uma
péssima experiência com celebrações? Pelo menos eu não trabalho com
organização de festas.
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