Opinião: porque para mim nada salva a série 'Emily in Paris', da Netflix

by - outubro 05, 2020

Nesse fim de semana, dentro da minha bolha do Instagram, todo mundo só falava de uma coisa... a estreia de 'Emily in Paris', nova série da Netflix protagonizada e produzida por Lily Collins. 

Série 'Emily in Paris'. Foto: Divulgação/Neftlix
Na história, Emily trabalha como marketing executive, em Chicago, e por conta de um imprevisto acaba assumindo um trabalho dentro de uma agência em Paris. Lá ela é recebida de forma não muito amigável pelos colegas franceses, que implicam com ela e não dão chance da garota americana mostrar ao que veio.

Bom, o frenesi em torno da série se dá, em grande maioria, pelo fato de seu criador ser Darren Star, o mesmo de Sex and the City, protagonizada por Sarah Jessica Parker - que influenciou não somente a moda da época, como também milhares de meras mortais a quererem seu Manolo Blahnik próprio. 

Além disso, a responsável pelo figurino da série é ninguém menos que Patricia Field, que assinou o styling de nada menos do que The Devil Wears Prada e da própria Sex and the City.

Ou seja, a expectativa era de paisagem deslumbrante parisiense, looks maravilhosos e diversão.

Mas aí saiu o primeiro trailer e eu simplesmente fiquei sem entender os looks a princípio tão promissores. O estilo da personagem parecia mais do mesmo, uma mistura das obras acima citadas com Gossip Girl, e nada, eu reforço, nada empolgante ou atual. 

Mesmo assim fui assistir bem curiosa para ver o resultado e devo admitir que os looks caídos não me deixaram tão incomodada quanto o comportamento da protagonista.

Foto: Reprodução/Google
Primeiro, Emily manda logo a mentira em seu currículo dizendo que sabe falar francês - quem nunca né?! -, mas mesmo assim consegue ir trabalhar na França, e a impressão que tenho é que ela sequer se esforçaria para aprender a língua. Por óbvio o fato incomoda seus colegas, que cumprem o típico estereótipo do francês antipático.

Se isso já não fosse um bom motivo para que na vida real a personagem fosse demitida, ela ainda apronta um monte com os clientes e a chefe. 

Com relação a criar na cabeça do expectador a imagem de que ela trabalha com marketing e está ali para trazer a perpectiva americana de negócios, ouvimos apenas frases prontas e soltas de como as marcas representadas por sua agência devem melhorar o engajamento nas redes sociais. Sim, essa é basicamente a única estratégia dela o tempo todo! 

Venhamos e convenhamos, não precisa nem formação na área para saber como a comunicação com o público dentro das redes sociais são de extrema importantância hoje em dia.

Dentro daquele universo, Emily pode fazer tudo de errado e ainda sair por cima o tempo todo, o que me soa bobo e não me deixou desenvolver uma conexão com a protagonista. Tudo parece simples demais para ela de uma maneira ruim.

Em todos os episódios eu consegui adivinhar logo como estes terminariam, o que não requer nenhuma habilidade especial, e já nos primeiros cinco minutos eu sabia como a série terminaria. Adoro coisas cafonas e clichês, mas tudo tem seu limite.

Porém, a gota d'água para minha birra com a personagem foi ela querer pegar o namorado da amiga, algo esquematizado de uma forma que me lembrou muito quando Carrie continuou mantendo um caso com Big mesmo sabendo que ele tinha se casado, alguém com que ela pelo menos já havia se relacionado anteriormente.

Foto: Reprodução/Google
De forma geral, Carrie Bradshaw também não me cativava muito com aquele jeito de colocar seus problemas acima de tudo e de todos, mas pelo menos eu conseguia me divertir com ela. 

A verdade é que ao comparar 'Emily in Paris' com 'Sex and The City' estou sendo injusta, considerando que eu amo essa última, sei diálogos de cor e me lembro até da trilha sonora de alguns dos episódios, traduzindo, sou muito fã. Ainda que não ame a protagonista, eu consigo me sentir parte daquele universo e daquela amizade.

Por outro lado, aqui nem Lily Collins, que eu particularmente acho carismática, conseguiu segurar a chatice de sua personagem. Eu me peguei rindo uma vez em todos os dez episódios, UMA MÍSERA RISADA, enquanto com sua precursora, que reassisti no ínicio da quarentena, eu me diverto horrores.

A única coisa que me foi entregue é o cenário parisiense de tirar o fôlego, mas que outras séries, por mim consideradas melhores, também me entregaram.

Foto: Reprodução/Google
Embora minha opinião não tenha grande valia, eu caí no maior catfish e acabei ficando presa em um loop de horas assistindo algo que, no fim, nem curti - should have known better

Resultado final: Ringard.

E vocês, já assistiram a série? O que acharam? O sotaque francês do boy é a única coisa boa na série?

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